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03 outubro 2013

Já era, tempo!

O que eu sempre temia era conhecer do tempo seu caminhar                                                   [implacável,
seu ritmo permanente com ar de perene andança
e sempre e sempre em frente.
O que eu não via era que o tempo não espera na próxima esquina
nem tem mãos
- para puxar ou buscar quem se abisma ou se perde pelos túneis                                             [de ar.
O que eu não sabia era que o tempo é invisível como o mais                                                 [genuíno fantasma,
é incontável, apesar de todos os relógios e de todos os                                             [esforços para decifrá-lo,
e é incansável no seu persistente percurso

Invisível, inodoro, sem sabor, sem sensações captáveis pelos                                             [sentidos conhecidos,
o tempo simplesmente passa por nós,
passa por todos,
revolve as poeiras, as penas, as saliências,
revira estruturas, desfaz penteados,
se faz perceptível sem se revelar.

Imensurável, o tempo se deixa contar pelos sinais que deixa                                                [pelo caminho
- às vezes é um arrepio, outras uma pontada no peito
ou simplesmente um olhar perdido,
um sonho no meio da noite,
uma ruga no canto do olho,
a satisfação de uma ideia realizada,
a despedida de um amigo,
a chegada de outros.

O tempo não é o tic-tac dos relógios!
(07.06.2013)