tentando adivinhar o que já viram,
ou não viram.
(Que sonhos se esvaíram por esse olhar
para deixá-lo tão espichado
como se perseguisse o arco-íris sem querer perdê-lo de vista?
Quais sonhos ainda restam nessas retinas de camufladas espiadelas?)
Os olhos que já viram tanto,
que espiaram muros e buracos de fechaduras,
expiam hoje a ausência do ser amado
Os olhos, esses olhos,
já olharam de frente, já se abaixaram,
já se arregalaram, já choraram,
já avistaram longe e se fecharam.
Os olhos, esses de pálpebras caídas,
devem mesmo estar cansados de tanto deixar escapar sonhos e perceber
tormentos
Os olhos - esses mesmos -, cansados,
ainda soltam uma lágrima de definitiva saudade
(05-05-2012)
Um comentário:
Marba, eu também me surpreendi com sua faceta poética.
Escolhi este post para comentar - depois de viajar pelas publicações mais recentes - pois lembrei-me dos olhos do meu pai.
Essa é uma das funções da arte: emocionar. Emocionado, continuo lendo. Beijos
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